A igualdade de gênero e a promoção da diversidade no ambiente de trabalho foram os temas centrais da primeira rodada de debates na 2ª Reunião Técnica do GT Emprego do G20, realizada nos dias 27 e 28 de março na capital brasileira. Embora avanços tenham sido alcançados para tornar o mundo do trabalho mais inclusivo em questões raciais, de gênero e orientação sexual, ainda persistem desafios significativos que exigem a continuidade dos esforços em políticas públicas de inclusão para minorias.
Anatalina Lourenço da Silva, assessora de Participação Social e Diversidade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), colocou em destaque as disparidades salariais observadas quando se analisa raça e gênero no Brasil. Segundo ela, o salário mediano de admissão de uma mulher negra é de R$ 1.556,00, correspondendo a 82% da média geral, que é de R$ 1.901,00. Por outro lado, homens não negros recebem 19% a mais que esse valor.
Para enfrentar essas desigualdades, Anatalina enfatizou que o governo atual promulgou a Lei da Igualdade Salarial, reafirmando seu compromisso no combate à discriminação no ambiente de trabalho. “Apontamos o trabalho digno, salário igual para homens e mulheres, ampliação das políticas de cuidados para quem cuida e participação política proporcional ao número de mulheres nos Censos do governo”, declarou.
Mariagrazia Squicciarini, chefe executiva da Unesco, abordou a participação das mulheres no mercado de trabalho, destacando que, embora haja uma proporção semelhante de homens e mulheres ingressando no mercado de trabalho, a progressão na carreira não é igual. Ela ressaltou a necessidade de encontrar soluções para essas discrepâncias de maneira cuidadosa.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) trouxe para o debate a questão LGBTQI+ e racial. Stefano Scarpetta, Diretor da Direção de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE, destacou que o mercado de trabalho tradicional tem dificuldades em entender essas diferenças, mas que o G20 tem progredido nessas áreas sensíveis. Ele apontou melhorias na legislação dos países membros da OCDE e apoio à agenda de gênero, mas ressaltou que ainda há diferenças salariais que afetam esses grupos minoritários.
Qing SU, assessora de empreendedorismo do G20, destacou os avanços na China em relação à igualdade de renda entre mulheres e homens, mas reconheceu que ainda existem desafios e desvantagens para as mulheres.
A discussão promovida durante a reunião do G20 evidenciou a importância de políticas e práticas que promovam a igualdade de gênero e a diversidade no mundo do trabalho, visando criar ambientes mais inclusivos e equitativos para todos os trabalhadores.
Por Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)