Assumir a liderança de uma corporação por si só já é um desafio. Quando essa empresa atua em um cenário internacional, a complexidade se multiplica. E ser mulher nesse contexto adiciona uma camada ainda mais desafiadora à equação. No entanto, ao contrário do que muitos podem presumir, vejo esses obstáculos não como barreiras, mas como estímulos que me impulsionam a crescer.
Minha trajetória de mais de 11 anos em posições de liderança em finanças, pesquisa de mercado e negócios me ensinou o valor inestimável da diversidade e da inclusão no ambiente corporativo. Na posição privilegiada de CEO, tenho a oportunidade única de liderar pelo exemplo, promovendo um espaço de trabalho onde a diversidade é não apenas bem-vinda, mas essencial para o nosso sucesso.
Dentre os diversos desafios que me aparecem no dia a dia, um dos que mais me desperta o interesse é o de criar e adaptar produtos e serviços que dialoguem com clientes e públicos de diferentes culturas. Entretanto, julgo que esta diversidade, não só de parceiros, mas principalmente da equipe que lidero, é uma ótima oportunidade de promover uma inclusão positiva para dentro de um mercado ainda bastante fechado.
Até porque, estamos falando de um campo em que a representatividade feminina em cargos de liderança é notavelmente escassa. Um estudo do Observatório da Diversidade na Propaganda revela que apenas 15% dos CEOs em agências de publicidade são mulheres. Esta estatística não apenas realça a disparidade existente, mas também sublinha a importância do nosso trabalho em desafiar esses estereótipos e fomentar a igualdade de oportunidades.
Por um futuro promissor
Apesar do atual cenário, sou otimista quando olho para o futuro. Uma pesquisa recente realizada pela KPMG, mostra que as lideranças femininas estão confiantes em relação ao avanço das metas de equidade no mercado. Partilho desse sentimento, consciente, no entanto, de que ainda há um longo caminho a percorrer. Desafios estruturais e culturais, como preconceitos inconscientes e a falta de redes de apoio robustas, ainda limitam significativamente o acesso das mulheres a posições de alto escalão.
Porém, da mesma forma que o problema já está evidente para todos, as soluções, felizmente, parecem também estar. Acredito firmemente que, para mudar essa realidade, é essencial que empresas e organizações implementem políticas e práticas inclusivas. É necessário promover a igualdade de oportunidades e criar ambientes de trabalho que não apenas valorizem, mas também apoiem o crescimento e o desenvolvimento profissional das mulheres.
Nesse contexto, ocupar um cargo de liderança na área da comunicação enquanto mulher me oferece uma plataforma poderosa para inspirar outras profissionais a não apenas perseguirem seus objetivos de carreira, mas também a se tornarem agentes de mudança. Até por isso, precisamos de cada vez mais iniciativas que desafiem os estereótipos de gênero e promovam mensagens progressistas, contribuindo assim para a mudança cultural e social.
Minha visão como CEO não pode e não está limitada a alcançar objetivos empresariais; é também sobre liderar com propósito, promovendo um futuro onde a diversidade e a inclusão não sejam apenas metas aspiracionais, mas realidades tangíveis e integradas em todos os níveis de gestão. O caminho à frente está repleto de desafios, mas é precisamente na superação desses obstáculos que encontramos nossas maiores oportunidades de crescimento e inovação.