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Entenda como a gestão descentralizada pode gerar maior segurança às mulheres durante a gravidez

Apoiado na transparência e senso de coletividade, modelo de gestão sem chefe contribui para que as profissionais se sintam mais tranquilas na gestação e retorno ao trabalho

Não é segredo para ninguém que muitas mulheres têm receio de ficarem grávidas quando estão atuando no mercado corporativo. Segundo uma pesquisa recente produzida pelo site Trocando Fraldas, três em cada sete profissionais no país sentem medo de perder o seu emprego ao engravidar. E tal temor realmente se justifica. De acordo com o estudo “The Labor Market Consequences of Maternity Leave”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, metade delas perdem o emprego em até dois anos após a licença-maternidade, sendo que a maior parte dos desligamentos acontecem sem justa causa e por iniciativa do empregador.

Foi por conta de todo esse cenário, que Jessyka Fortes se sentiu receosa ao anunciar a sua gravidez no trabalho. No entanto, no caso da responsável pelo comercial da Invenis, legaltech que tem como propósito ajudar a resolver os litígios no Brasil, felizmente a preocupação logo deu lugar a alívio.

Atuando na startup há dois anos e meio, a profissional conta que acabou surpreendida com a receptividade de todos os colaboradores e a estabilidade assegurada durante o período de gestação. Ainda segundo ela, que está grávida de sete meses, muito dessa tranquilidade se dá por conta da cultura organizacional da Invenis. Estruturada a partir da chamada gestão descentralizada, a legaltech atua sem uma hierarquia tradicional entre os colaboradores, que, por sua vez, se sentem mais autônomos e engajados para desempenhar o seu papel sem a presença de uma liderança no dia a dia.

“Toda a equipe me abraçou e deu um amplo suporte desde o primeiro momento. Tudo isso contribui não só para que tenha tranquilidade no trabalho, mas no próprio processo da gravidez em si, no qual sabemos que tende a ser complicado para qualquer mulher”, explica.

Ambiente favorável

Mãe de outras duas crianças, uma de sete e outra de três anos, Jessyka destaca que é a primeira vez que está de fato se sentindo amparada pela empresa durante a gestação, já que nas duas ocasiões anteriores precisou deixar o emprego por conta das dificuldades impostas pelos empregadores.

“Não sabia o que era estar em um ambiente seguro para passar a gravidez. Aqui não sou reduzida a “mãe”. Sou vista como a profissional que sou, pelo que entrego de resultados e minha capacidade. Por mais que já esteja há um tempo vivenciando a cultura descentralizada, a experiência me fez ter a certeza de que realmente estou inserida numa empresa estável e transparente, gerando um vínculo muito mais forte e tranquilo para os dois lados”, afirma.

Segundo Thalita Gelenske, CEO e fundadora da Blend Edu, principal HRtech e ESGtech especializada em diversidade e inclusão do Brasil, quem ganha com essa atmosfera organizacional não é só a pessoa gestante, mas também a própria organização. Afinal, garantir o respaldo de pessoas em papel parental ajuda não só na saúde de profissionais e do bebê, mas também contribui para alta performance e segurança psicológica.

“Um ambiente de trabalho seguro é primordial para qualquer colaborador. Porém, no caso de uma pessoa gestante, é ainda mais essencial. A companhia precisa entender que a rotina passará por adaptações e demonstrar empatia, apoio e flexibilidade nesse momento é benéfico para ambos os lados da relação”, completa.

Planos futuros

A segurança pela manutenção é tanta, que a profissional já tem acertada junto à equipe uma mudança para a área de estratégias e parcerias após o cumprimento dos 120 dias de licença maternidade. O período, aliás, além de assegurar que o bebê tenha todos os cuidados da mãe, servirá também para que Jessyka se prepare para exercer a nova função.

“Muitas mães encontram dificuldade para retomar o trabalho ou a própria carreira após a gravidez. No meu caso, toda a segurança proporcionada pela Invenis me ajuda a ter a tranquilidade do retorno e a motivação necessária na preparação para um novo desafio”, completa.

De acordo com o fundador da startup, Matheus Bombig, o caso envolvendo a gravidez de Jessyka reforça a importância de se manter uma cultura operacional verdadeiramente engajada e participativa.

“Todos os profissionais estão sujeitos a passar por eventualidades. No entanto, numa gestão sem chefe, diferentemente de uma estrutura tradicional, essas situações passam a ser tratadas de forma colaborativa e transparente por toda a equipe. Até porque, em uma empresa em que não existe chefe, a produtividade depende que os talentos consigam se organizar de forma franca e realmente coletiva”, finaliza.

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