Distrito FederalAcidentes com Escorpiões no DF: Prevenção e Cuidados

Acidentes com Escorpiões no DF: Prevenção e Cuidados

O Distrito Federal registrou, entre janeiro e setembro deste ano, 2.035 incidentes relacionados a animais peçonhentos. Destes, mais de 1,7 mil envolveram escorpiões, aracnídeos que injetam veneno através de seu ferrão, provocando uma dor imediata e intensa nas vítimas. Segundo a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), 80% dos casos são considerados leves e tratados com medicamentos, causando apenas desconforto na área atingida. No entanto, há situações moderadas e graves em que surgem sintomas como náuseas, vômitos e dores de cabeça, o que pode demandar o uso de soro antiescorpiônico.

Esse soro está disponível apenas na rede pública de saúde do DF. Para localizar a unidade de saúde mais próxima que oferece o soro, o cidadão pode entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) pelos telefones 0800 644 6774 / 0800 722 6001 ou pelo número (61) 99288-9358. O CIATox, referência em casos de intoxicações no DF, opera 24 horas por dia, fornecendo orientações iniciais para acidentes com animais peçonhentos.

Após a picada de um escorpião, recomenda-se lavar a área com água e sabão, manter o membro afetado elevado e procurar ajuda médica o mais rápido possível. Além disso, deve-se retirar qualquer acessório apertado, como anéis, e nunca tentar sugar o veneno, perfurar, cortar ou aplicar substâncias na região da picada. Se for possível, levar o escorpião ao local de atendimento pode ajudar na definição do tratamento. Caso contrário, uma foto ou a descrição do animal – cor, tamanho, entre outros detalhes – também pode ser útil para os profissionais de saúde.

Os escorpiões mais comuns no Distrito Federal são o escorpião-amarelo, mais frequentemente encontrado em áreas urbanas, o escorpião de patas rajadas e o preto. Nas unidades de saúde, as vítimas são avaliadas e medicadas conforme o quadro clínico. O biólogo Israel Moreira, da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, explica que o efeito do veneno varia conforme a espécie do escorpião, a quantidade de veneno injetada e o estado de saúde da pessoa afetada. Ele destaca que crianças e idosos são mais vulneráveis, devido à fragilidade e menor peso corporal.

“Em geral, a picada de escorpião causa dor intensa no local, mas pode evoluir para sintomas mais graves, como vômito, suor excessivo e taquicardia. Esses sinais indicam que o envenenamento pode estar comprometendo o organismo de forma mais séria. Por isso, é fundamental que a vítima busque atendimento médico rapidamente, para que seja avaliada e receba o tratamento necessário, incluindo o soro antiescorpiônico, se necessário”, explica Moreira.

Com a chegada das chuvas, o número de escorpiões vistos dentro das casas tende a aumentar. Isso ocorre porque a água invade seus esconderijos, forçando-os a buscar novos abrigos em locais como sapatos, cortinas ou entulhos, conforme explica o biólogo. Escorpiões preferem ambientes escuros e úmidos, como caixas de esgoto, rachaduras e frestas nas paredes.

Para evitar a entrada desses animais em residências, é importante adotar medidas preventivas, como instalar telas em janelas e ralos, vedar portas e fissuras, e garantir que aparelhos eletrônicos estejam bem conectados nas tomadas. Além disso, é essencial manter o ambiente externo limpo, sem acúmulo de entulhos ou restos de materiais de construção, manter a caixa de gordura sempre tampada e inspecionar roupas e calçados antes de vesti-los.

Outra dica importante é afastar as camas das paredes antes de dormir e, ao manusear materiais como entulhos ou trabalhar em redes de esgoto, usar luvas de couro e botas para proteger mãos e pés de picadas. Segundo Juliana Magalhães, secretária-executiva da Associação de Moradores da SQN 216, foram encontrados sete escorpiões na área após a remoção de folhas e galhos. “Sempre ficamos atentos, especialmente por causa das crianças e idosos, além dos animais de estimação que circulam por aqui”, relatou.

O uso de inseticidas pulverizados não é indicado para combater escorpiões, já que pode espalhá-los pela casa, alerta Moreira. Ele recomenda o uso de inseticidas sólidos para baratas, uma vez que o controle de baratas pode reduzir a presença de escorpiões, que se alimentam delas. Contudo, não há comprovação científica da eficácia dos inseticidas no controle direto de escorpiões no ambiente urbano. Por isso, barreiras físicas e outras estratégias preventivas são essenciais para minimizar o contato com esses animais.

Se escorpiões ou outros animais peçonhentos, como aranhas e lacraias, forem encontrados em casa, é recomendado acionar a Vigilância Ambiental pelo telefone 160 ou via e-mail (gevapac.dival@gmail.com). Os agentes vistoriam o local, coletam os animais encontrados e orientam sobre como evitar novos casos. Em situações de emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (192) ou o Corpo de Bombeiros (193) podem ser chamados.

Arte: Divulgação/ Agência Brasília

*Com informações da Agência Brasília

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