Na última quarta-feira (13), a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) realizou uma operação de fiscalização na Feira do Produtor de Ceilândia para reforçar as ações de controle contra a mosca-da-carambola. A fiscalização inspecionou o trânsito de produtos vegetais para assegurar que o Distrito Federal, área livre desse inseto, não receba frutas de regiões onde ele é encontrado.
A mosca-da-carambola, que atinge frutas como goiaba, manga, citros, caju, tomate e ameixa, está atualmente limitada aos estados do Amapá, Roraima e a algumas áreas do Pará, onde o Ministério da Agricultura mantém ações de controle rigorosas. Para prevenir que a espécie se espalhe para o Distrito Federal, o trânsito de frutos de áreas infestadas é restrito. Durante a operação na Feira do Produtor, que contou com o apoio da Polícia Militar do DF (PMDF) e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), foram abordados 43 veículos que transportavam cargas de frutas e vegetais.
Não foram encontradas mercadorias vindas das regiões afetadas pela mosca-da-carambola, mas outras irregularidades foram identificadas em produtos como banana, frutas cítricas, uva e maçã. Dentre as irregularidades, foi constatada a falta de laudo de higienização de caixas plásticas e divergências no volume transportado em relação ao declarado na Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), documento obrigatório para o transporte interestadual.
Ao todo, nove Termos de Fiscalização foram emitidos, resultando em autuações para os estabelecimentos com irregularidades. Esses documentos abrirão processos administrativos que visam assegurar o cumprimento das normas fitossanitárias no DF e garantem produtos de qualidade na mesa da população da capital.
Conheça a mosca-da-carambola
A mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) é uma espécie que deposita ovos na polpa dos frutos, o que compromete a qualidade e impede o consumo e a comercialização das frutas, dessa forma, é considerada uma praga nas lavouras. Sua presença no Brasil é um dos fatores que restringem a exportação de produtos nacionais para outros países, sendo controlada de forma rígida em estados onde a espécie já foi detectada. A praga se alimenta de uma grande variedade de frutas, incluindo goiaba, laranja, acerola, caju, manga e ameixa, e representa uma ameaça para a fruticultura de regiões livres da infestação, como o Distrito Federal.
O trânsito de frutas entre regiões afetadas e o DF é proibido para evitar que o inseto alcance a capital federal. Além disso, armadilhas de monitoramento foram instaladas em áreas estratégicas do DF para detectar qualquer eventual entrada da mosca. Além das operações de fiscalização, a Seagri tem promovido ao longo do ano uma série de ações educativas para conscientizar produtores, comerciantes e transportadores sobre os cuidados necessários no transporte de frutas. Materiais informativos foram distribuídos com instruções sobre a importância de respeitar as restrições no trânsito de vegetais de regiões infestadas para o DF. As orientações incluem evitar o transporte de frutos provenientes de áreas afetadas, como Amapá e Roraima, pois podem estar contaminados com ovos ou larvas do inseto.
A Seagri destaca, ainda, a importância de realizar o cadastro no Sistema de Informações em Defesa Agropecuária (Siagro-DF) e a inscrição em programas de certificação fitossanitária para garantir que o transporte e o comércio de frutas e vegetais cumpram as normas de defesa sanitária.
*Com informações da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF)