Responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos no Brasil, o câncer de pele gera impacto crescente na rede pública de saúde. No Distrito Federal, os efeitos desse cenário aparecem na rotina do Hospital de Base (HBDF), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). Nessa unidade foram registrados, este ano, 207 procedimentos de quimioterapia para tratamento de melanoma.
“Apesar de ser um câncer comum, muitos casos exigem tratamentos complexos e acompanhamento contínuo”, lembra a gerente de Operações do Centro de Infusão do HBDF, Larissa Dias. “Essa realidade impacta diretamente a utilização dos serviços hospitalares, especialmente no Hospital de Base, que é referência no tratamento oncológico no DF.”
Uma estratégia simples, o uso diário de protetor solar, pode reduzir significativamente os casos da doença e economizar mais de R$ 2,5 bilhões em recursos hospitalares nos próximos cinco anos. A exposição prolongada ao sol ao longo do ano coloca o Brasil entre os que apresentam maior incidência de câncer de pele, atrás apenas da Austrália. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quase 200 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pele todos os anos. Esse número corresponde à soma dos dois principais tipos da doença: melanoma e não melanoma.
“O câncer de pele tem altas chances de cura quando identificado no início, por isso o autoexame é fundamental. Caso surja alguma lesão que não cicatrize em dez a 15 dias, é importante procurar atendimento médico”Danielle Aquino, médica dermatologista do Hospital de Base
O melanoma tem origem nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que dá cor à pele e atua como proteção natural contra a radiação solar. Já os tumores não melanomas se desenvolvem na camada mais superficial da pele, são mais frequentes em pessoas acima dos 40 anos e representam cerca de 95% dos casos de câncer de pele no Brasil.
Sinais de alerta
Pintas ou sinais que mudam de cor, formato ou tamanho merecem atenção na detecção do câncer de pele. Manchas ou feridas que não cicatrizam, apresentam coceira, crostas ou sangramento também podem indicar alterações suspeitas.
“O câncer de pele tem altas chances de cura quando identificado no início, por isso o autoexame é fundamental”, orienta a médica dermatologista Danielle Aquino, do Hospital de Base. “Caso surja alguma lesão que não cicatrize em dez a 15 dias, é importante procurar atendimento médico.”
Dezembro Laranja e os cuidados no verão
A boa notícia é que, quando descoberto precocemente, o câncer de pele tem taxa de cura superior a 90%. Histórico familiar, pele clara e exposição solar excessiva estão entre os principais fatores de risco.
Entre as 10h e as 16h, há maior incidência de raios ultravioleta, mais agressivos à pele e associados ao surgimento do câncer, além de causarem manchas e envelhecimento precoce. Danielle Aquino reforça a importância da adoção de hábitos de proteção, como uso de óculos escuros, bonés, chapéus e até guarda-sol, além da aplicação diária de protetor solar com FPS mínimo de 30.
“Muita gente tem dúvida sobre a quantidade correta”, aponta a dermatologista. “A orientação é usar o equivalente a uma colher de sopa cheia ou o volume que caiba na palma da mão para todo o corpo, com reaplicação a cada duas horas ou sempre após contato com a água.”
Fonte: Agência Brasília

