Distrito FederalEsporte, inclusão e conquista: Atletas fazem história nos Jogos Escolares do DF

Esporte, inclusão e conquista: Atletas fazem história nos Jogos Escolares do DF

Pela primeira vez, estudantes com deficiência participaram das modalidades regulares dos Jogos Escolares do Distrito Federal (JEDF), que chegaram à 65ª edição em 2025. E o resultado já veio com medalha: o estudante Vitor Hugo Soares, de 15 anos, conquistou o bronze nos 200 metros medley da natação.

Aluno do CED São Bartolomeu, em São Sebastião, Vitor superou nadadores de escolas particulares com tradição na modalidade. A conquista tem um peso simbólico, segundo o técnico Alexandre Fachetti: “É uma vitória para a rede pública e para os estudantes com deficiência, que raramente têm a mesma visibilidade que os atletas das categorias regulares”.

Professor de natação e atletismo para jovens de 7 a 17 anos, Fachetti acompanha a evolução dos alunos do Centro de Iniciação Desportiva Paralímpico (CIDP) de São Sebastião e os incentiva a competir em torneios nacionais e internacionais. Neste ano, o CIDP decidiu inscrever os atletas em situação escolar nas modalidades regulares dos JEDF, buscando ampliar a visibilidade dos paratletas — que, em geral, enfrentam baixo número de competidores e pouca cobertura midiática. 

Histórias de superação

Com deficiência intelectual, Vitor encontrou no esporte um espaço de acolhimento e superação, com apoio essencial da família e dos professores do CID. Começou no atletismo em 2021, mas se apaixonou pela natação, na qual já coleciona várias medalhas. “Foi muito treinamento e apoio. Fiquei muito feliz de subir ao pódio”, contou o atleta, que aprendeu a nadar no Centro Olímpico de São Sebastião.

Mais velho de cinco irmãos, Vitor também conquistou a Bolsa Atleta, com recursos para participar de competições dentro e fora do DF. “O incentivo da minha mãe foi fundamental para eu não desistir”, afirma.

Vitor Hugo, 15 anos, exibe sua medalha de bronze nos 200 metros medley; estudante soma dezenas de vitórias esportivas

A professora de educação física e técnica de atletismo, Lucimar Neves, atuante no Centro Olímpico de São Sebastião desde 2012, fala da satisfação em ver os atletas PCDs trilharem o caminho esportivo: “É um orgulho para nós. Eles iniciaram a vida esportiva no CID, não tinham experiência em competição. E já participaram de várias competições de nível nacional”.

Quem também trilha esse caminho de superação é Juliana Soares, de 17 anos. Com deficiência intelectual, a jovem vai representar o CEM 01 de São Sebastião na prova de atletismo neste fim de semana (14 e 15). Ela começou a treinar em 2021, após a perda do pai durante a pandemia. “No começo, só dava meia-volta na pista e queria parar. Mas a Tia Lu e o Tio Xande acreditaram em mim. Hoje tenho 50 medalhas”, comemora.

Filha única, Juliana também recebe apoio incondicional da mãe, Antonela Gomes: “Às vezes me cobro muito, mas ela me ajuda a manter a calma”. A jovem sonha em cursar Educação Física e inspirar outras meninas a seguirem no esporte.

Além de conquistar medalhas, a atleta Juliana Soares espera ser um exemplo para mais meninas no esporte

Mais que medalhas

O CID Paralímpico também trabalha valores como responsabilidade e disciplina. O bom desempenho escolar é parte do compromisso dos alunos, que são incentivados a manter os estudos em dia e a seguir carreira esportiva com o apoio de outras instituições do DF. O centro também prepara os jovens para grandes torneios, como o meeting para as Paralimpíadas Escolares, previsto para agosto, além de competições estaduais e nacionais.

Fonte: Agência Brasília

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