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GDF promove ações de educação sanitária para prevenir a gripe aviária e proteger a agropecuária

Ações voltadas à capacitação de produtores e conscientização da comunidade são desenvolvidas para assegurar a qualidade dos alimentos que chegam à mesa do consumidor

O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha diariamente para prevenir e controlar doenças como a gripe aviária, que podem ameaçar a produção agropecuária e a saúde da população. Entre as atividades da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) destacam-se iniciativas educativas gratuitas junto a produtores rurais, trabalhadores do campo, estudantes e a sociedade em geral. A Educação Sanitária em Defesa Agropecuária capacita empresários do agronegócio no DF para controlar e erradicar doenças e pragas que podem comprometer tanto a produção agropecuária como a saúde pública.

O tema ganhou destaque no Distrito Federal em maio, quando foi confirmado um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), após a notificação do Zoológico de Brasília da mortalidade de um irerê e de um pombo, ambos de vida livre. Os dois espécimes não pertenciam ao plantel do zoológico nem eram animais de granjas locais. O caso foi tratado como isolado, já que apenas o diagnóstico do irerê foi confirmado – não houve detecção do vírus no pombo.

A segurança agropecuária adota medidas para assegurar a saúde dos animais e a proteção dos humanos e do meio ambiente | Fotos: DIvulgação/Seagri-DF

No entanto, a segurança sanitária agropecuária é bem mais abrangente do que o controle dos casos de influenza aviária. O tema compreende medidas e ações para assegurar a saúde dos animais, a sanidade dos vegetais e a qualidade dos produtos agropecuários, protegendo a saúde humana e o meio ambiente. Envolve também a prevenção, controle e erradicação de doenças e pragas que possam afetar a produção agropecuária e a segurança dos alimentos.

Segundo a coordenadora do grupo de trabalho de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária da Seagri-DF, Cristyanne Barbosa Taques, veterinários e técnicos visitam diariamente as agroindústrias e orientam os procedimentos para zelar pela qualidade dos produtos que chegam à mesa dos consumidores.

“Eles orientam os produtores para garantir a segurança sanitária e, claro, a boa produtividade da nossa cadeia de produção e distribuição agropecuária”, conta. De acordo com a coordenadora, “alguns produtores são resistentes no início, mas com o tempo entendem que a educação sanitária garante não só a saúde pública, mas também a produtividade e os lucros.”

O DF tem a responsabilidade de também cuidar para que doenças não se espalhem daqui para o resto do país

“A educação sanitária é uma grande responsabilidade para o GDF, pois o Distrito Federal é uma área central, e, além da saúde da população local, temos a responsabilidade de não permitir que doenças cheguem aqui e se espalhem para o restante do país”, acrescenta. “Além disso, fiscalizamos os veículos que transportam produtos agropecuários e animais. E nessas inspeções, também buscamos conscientizar. É comum fazermos blitze educativas onde são distribuídos materiais informativos com as melhores práticas para transporte de animais e produtos.”

Para Renata Queiroz, responsável técnica da agroindústria Prata Alimentos, em Ceilândia, o trabalho de conscientização da Educação Sanitária em Defesa Agropecuária é de suma importância para o segmento.

“Adotamos as boas práticas em nossa produção, mas é sempre importante contar com a visão macro, a abordagem mais abrangente do governo sobre a saúde pública. Muitas vezes, isso acaba validando os procedimentos que adotamos, além de trazer atualizações importantes de defesa sanitária, que é uma área em constante atualização. Também acho essencial que esse trabalho de conscientização chegue ao consumidor final, para que ele saiba reconhecer a importância de alimentos vindos de empresas idôneas que tenham as certificações necessárias para levar os alimentos à sua mesa. Para mim, é fundamental que os consumidores sejam também os fiscais da qualidade dos alimentos,” afirma a veterinária.

Gripe aviária

Workshops e reuniões foram realizados para evitar a disseminação da gripe aviária pelo DF

Desde 2022, a Seagri-DF faz a vigilância ativa por meio de sorologia e, até 2025 não havia casos de gripe aviária no DF. A secretaria vinha monitorando também granjas não tecnificadas para prevenir a entrada do vírus da doença no território. No entanto, em maio deste ano, quando foi detectado o caso da doença no Zoológico de Brasília, as ações de prevenção foram intensificadas e a secretaria já realizou 12 reuniões técnicas, quatro reuniões com o grupo técnico do Plano Integrado de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e cinco reuniões com o Comitê Operacional de Emergências Zoológicas (Coezoo).

A Seagri-DF promoveu também oito workshops sobre IAAP, distribuídos em módulos que abordaram desde os planos de contingência até procedimentos práticos como eutanásia, necropsia e coleta de amostras, capacitando cerca de 200 profissionais do setor. Além disso, foram realizadas cinco palestras pelo projeto Multiplicadores, alcançando aproximadamente 500 participantes e com foco em comunicação eficaz sobre saúde animal.

Além disso, entre as ações para evitar a disseminação da doença, foram realizadas reuniões junto à Emater para promover o alinhamento técnico operacional de prevenção à gripe aviária. Foi ainda criado um grupo de trabalho (GT) com plano integrado com ações planejadas em caso de emergência sanitária.

Em 22 de junho de 2023, a Seagri já havia suspendido a aglomeração de aves, proibido o retorno de aves de eventos, além de restringir a avicultura ao ar livre — como reforço à prevenção da influenza aviária. Em 11 de agosto daquele ano, o GDF decretou situação de emergência zoossanitária por 180 dias para prevenção da doença. 

A gripe aviária é uma doença causada por vírus influenza originários de aves. Esses vírus pertencem à família Orthomyxoviridae e incluem o A (H5N1). Eles afetam principalmente aves, mas também foram detectados em mamíferos, incluindo bovinos. A gripe aviária raramente afeta humanos, mas a orientação é que as pessoas se mantenham informadas e tomem as medidas preventivas recomendadas.

Veja a seguir as razões pelas quais a Educação Sanitária em Defesa Agropecuária é fundamental para promover a saúde dos consumidores e a produtividade do segmento agropecuário no Distrito Federal:

⇒ Conscientização dos produtores rurais – A educação sanitária leva informação técnica acessível ao campo, conscientizando os produtores sobre práticas de manejo sanitário corretas, importância da vacinação e controle de zoonoses, riscos de introdução e disseminação de pragas e doença, e consequências econômicas e sanitárias da não conformidade;

⇒ Prevenção de doenças e pragas – Ao educar sobre biosseguridade e boas práticas agropecuárias, contribui-se para reduzir o uso incorreto de defensivos, evitar a entrada de pragas exóticas e minimizar surtos de doenças animais e vegetais;

⇒ Segurança alimentar e saúde pública – Uma população rural bem-informada adota práticas que garantem produtos agropecuários mais seguros, reduzem o risco de contaminação de alimentos e previnem zoonoses que podem afetar seres humanos (como brucelose e raiva);

⇒ Cumprimento de normas e legislações – A educação sanitária facilita a adesão voluntária às exigências legais dos serviços de inspeção e vigilância, promove o registro e controle adequado de propriedades e rebanhos, incentiva a certificação sanitária e rastreabilidade dos produtos;

⇒ Valorização dos produtos no mercado – Produtos originários de áreas livres de doenças e com certificação sanitária têm maior valor e acesso ao mercado internacional;

⇒ Participação comunitária e vigilância ativa – Pessoas bem-informadas tornam-se agentes de vigilância, denunciando irregularidades ou focos de doenças, colaborando com os serviços oficiais.

Fonte: Agencia Brasilia

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