Em um passo importante para combater a desigualdade de gênero e raça no setor de transportes, os ministros dos Transportes, Renan Filho, e das Mulheres, Cida Gonçalves, assinaram nesta quarta-feira (3) um protocolo de intenções para promover o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça.
O objetivo da iniciativa é incentivar a igualdade em acesso, remuneração, ascensão e permanência no emprego nas agências reguladoras e empresas públicas vinculadas ao Ministério dos Transportes, além de toda a rede de companhias que atuam direta e indiretamente na infraestrutura rodoviária, ferroviária e logística do país.
Ações para a igualdade
“O presidente Lula foi muito enfático no que diz respeito à remuneração igual para o desempenho das mesmas funções. Acredito que essa seja uma das agendas mais relevantes”, destacou Renan Filho. O ministro ressaltou que a ação conjunta das pastas dos Transportes e das Mulheres visa valorizar as brasileiras e ampliar sua presença em toda a cadeia logística da infraestrutura.
“Não é fácil encontrar mulheres na área da infraestrutura. Encontrei a Viviane Esse, que é a primeira secretária nacional de Transporte Rodoviário da história do país. Isso é muito importante. Nunca uma mulher comandou toda a área rodoviária no Brasil”, destacou.
No evento de adesão do Ministério dos Transportes ao programa federal, 12 instituições do setor de infraestrutura e todas as concessionárias de rodovias federais assinaram documento de adesão coletiva. As empresas se comprometeram a desenvolver ações para ampliar o acesso e promover igualdade salarial e de progressão profissional para mulheres em suas dependências.
Desigualdade persistente
Dados do IBGE revelam que as mulheres no Brasil ainda recebem 22% a menos que os homens. A diferença aumenta em cargos de gerência e diretoria, onde elas ganham apenas 61,9% do rendimento dos homens. As mulheres negras são ainda mais impactadas, com um salário médio que corresponde a menos da metade do salário de homens brancos (46%).
“O presidente Lula é muito certeiro ao afirmar que não é possível discutir um novo País sem igualdade. Não se pode ter um País desenvolvido quando há pessoas passando fome, excluídas e vivendo na miséria. E essa exclusão tem origem no sexo e na raça. A assinatura deste documento é fundamental, pois precisamos começar a participar das discussões não apenas nos governos, mas também nas empresas”, disse a ministra Cida Gonçalves.
Benefícios da equidade
A ministra das Mulheres defende que a igualdade de gênero e raça contribui para o desenvolvimento do país. “Devemos incluir essa pauta em nossa agenda política, empresarial e cotidiana como uma meta, um direito, uma conquista. O Brasil precisa entender que a igualdade é benéfica; gera lucro; traz felicidade, respeito, dignidade, equilíbrio e humanidade. É isso que nosso país precisa”, enfatizou Cida Gonçalves.
Pró-Equidade: Um programa para a mudança
Lançado em 2005, o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é uma iniciativa do Governo Federal coordenada pela Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres. O objetivo é difundir novas concepções na gestão de pessoas e promover a igualdade de gênero e raça no mercado de trabalho.
Coordenado pelo Ministério das Mulheres em parceria com outros órgãos, o programa está em sua sétima edição e busca a adesão de empresas públicas e privadas de médio e grande portes. O prazo para aderir ao programa em 2024 vai até 30 de abril.
Um passo histórico
A secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, Rosane da Silva, celebrou o momento. “Este momento é histórico para nós, pois é a primeira vez que temos uma quantidade significativa de empresas no ramo dos transportes aderindo ao Programa Pró-Equidade. Queremos demonstrar que as mulheres podem ocupar todos os espaços de decisão e do mundo do trabalho”, concluiu.
A assinatura do acordo e a adesão das empresas ao programa representam um passo importante para a construção de um setor de transportes mais justo e igualitário para todos.
Para mais informações sobre o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, acesse o site do Ministério das Mulheres
Por: Ministério dos Transportes