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Hospitais regionais do DF realizam mais de 90 atendimentos de AVC em quatro meses

Programa “AVC no Quadrado” amplia atendimento e descentraliza tratamento especializado no Distrito Federal

Entre junho e setembro de 2025, os hospitais regionais de Sobradinho (HRS) e do Gama (HRG) registraram mais de 90 atendimentos de pacientes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os casos exigiam avaliação imediata para tratamento agudo, o que representa um avanço significativo na rede pública de saúde do Distrito Federal.

Os dados desse período inicial de implementação já apontam aumento da assistência especializada à população do DF. Em Sobradinho, por exemplo, houve inicialmente, em junho, dez acionamentos do protocolo para atendimento de AVC; seguidos por 13, em julho; e, finalmente, 16 em agosto. Já no HRG, em agosto, dos 16 atendimentos, sete resultaram em trombólise endovenosa — tratamento médico que utiliza medicamentos, administrados por via intravenosa, para dissolver coágulos sanguíneos (trombos) que obstruem o fluxo de sangue, evitando sequelas e complicações.

De acordo com a secretária-executiva de Assistência à Saúde da SES-DF, Edna Marques, o projeto visa melhorar o atendimento a pacientes com AVC no DF. “Fizemos a descentralização da trombólise endovenosa para o HRS e HRG e introduzimos a trombectomia mecânica no Hospital de Base. O projeto também utiliza telemedicina para conectar hospitais e neurologistas, garantindo atendimento rápido e reduzindo sequelas”.

Ferramenta de telemedicina conecta hospitais da rede pública a neurologistas especializados 24 horas por dia. Tecnologia permite diagnóstico e orientação terapêutica em tempo real | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

A intervenção medicamentosa para o tratamento agudo — disponível em ambas as unidades, bem como no HBDF —, tornou-se possível devido à integração, por meio da ferramenta Join, que conecta hospitais da rede a neurologistas especializados 24 horas por dia, que ficam de plantão no próprio HBDF. A tecnologia permite diagnóstico e orientação terapêutica em tempo real, como também análise de imagem.

 

Corrida contra o tempo

Para a Referência Técnica Distrital (RTD) em Neurologia, Letícia Rebello, quanto maior o tempo decorrido após um AVC, pior é o prognóstico do paciente, ou seja, maior chance de sequelas. “Assim como o infarto, o AVC é uma doença tempo-dependente. A cada minuto, depois do início dos sintomas, são quase dois milhões de neurônios perdidos”, detalha.

Entre junho e setembro, os hospitais regionais de Sobradinho (HRS) e do Gama (HRG) atenderam mais de 90 pacientes em protocolo de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou seja, com necessidade de avaliação para tratamento agudo

A assistência, nesses casos, é encarada como uma “corrida contra o relógio”. “A gente tem sempre que buscar maneiras para reduzir ao máximo possível o tempo de início do tratamento”, justifica Rebello, que também é coordenadora do projeto.

AVC no Quadrado

A perspectiva do projeto é prosseguir com melhoria do desempenho na cobertura assistencial desse tipo de ocorrência. Além da descentralização do cuidado em saúde, o êxito deve-se a reorganização dos fluxos de atendimento, em especial, pelo apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF); e à capacitação das equipes multiprofissionais associadas.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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