No Centro de Educação Infantil (CEI) 10 de Taguatinga, os nomes das turmas fogem do convencional: amor, bondade, confiança, doação e empatia. Essas palavras refletem os valores trabalhados na escola, onde o foco está na formação integral das crianças. Para Áurea Rodrigues, mãe de Miguel, de 4 anos, essa proposta é especial: “Hoje, vemos a falta desses valores no mundo. Por isso, uma educação que os ensine desde cedo é fundamental, pois sabemos que os nossos filhos levarão esses aprendizados para a vida inteira.”
Essa abordagem de educação focada em princípios é uma característica de toda a rede de ensino infantil do Distrito Federal, exemplificada pelo projeto Plenarinha. A iniciativa promove a cidadania através de escuta ativa, permitindo que as crianças reflitam sobre questões como diversidade e inclusão. Segundo a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, o projeto surgiu para incentivar a participação das crianças na construção do currículo de 2014 e, desde então, tem sido uma referência na educação infantil.
Neste ano, o projeto Plenarinha trabalhou a valorização dos idosos, promovendo uma gincana no CEI 10 que incentivou os alunos a arrecadar doações para uma casa de repouso. Hugo Oliveira, pai de Miguel, destaca o impacto da atividade: “O avô de Miguel é acamado, então ele já entende a importância de cuidar dos mais velhos. A gincana não foi apenas sobre competição, mas sobre empatia e solidariedade.”
Outro aspecto essencial na educação infantil do DF é a colaboração entre escola e família, como aponta o vice-diretor do CEI 10, Gleisson da Costa: “Para o sucesso do aprendizado, é fundamental que a escola e a família caminhem juntas.” Essa parceria se concretiza em projetos como o Tum Tum Horteiro e Tum Tum Cozinha, onde os alunos participam do cultivo de uma horta e aprendem a preparar alimentos, promovendo a interação entre teoria e prática de forma lúdica.
Segundo Gleisson, o foco da educação infantil não é apenas a alfabetização, mas sim o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. “Trabalhamos com três pilares principais: acolhimento, participação e trabalho em equipe. As crianças aprendem brincando e desenvolvem autonomia.”
Valcicleide Costa, mãe de Benjamin, de 5 anos, nota a diferença que esse tipo de ensino tem feito no filho: “Ele não vai à escola só para aprender a ler e escrever, mas também para desenvolver valores. O lado criativo dele floresceu muito graças às atividades propostas.”
A educação infantil no Distrito Federal tem passado por um grande crescimento nos últimos anos. Atualmente, 47.814 crianças são atendidas pela rede pública, número que aumentou 40% desde 2011. Além disso, o número de creches também cresceu, e o governo do DF planeja entregar mais 17 unidades até o fim do ano, como destaca Hélvia Paranaguá.
O Distrito Federal se diferencia de outros estados por gerir a educação desde as creches até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), permitindo um planejamento mais integrado para o desenvolvimento contínuo das crianças. Helica Santos, mãe de duas crianças, uma delas diagnosticada com autismo, valoriza o papel da escola na inclusão e no desenvolvimento de sua filha Lavínia, de 7 anos: “A escola foi fundamental para o progresso dela, tanto na socialização quanto na alfabetização. A estrutura e o acolhimento que ela recebeu fizeram toda a diferença.”
*Com informações da Agência Brasília