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Maria da Penha critica falta de recursos para acolhimento de mulheres vítimas de violência

Em Teresina para participar da programação de aniversário da cidade, Maria da Penha lamentou a falta de investimento na construção de abrigos e no fortalecimento da rede de apoio a vítimas de violência no interior do Brasil. A farmacêutica, que ficou paraplégica após ser vítima de um caso emblemático de violência doméstica, deu nome à principal lei de combate à violência contra a mulher no país, que este ano completou 13 anos.

“Praticamente não há investimento federal, então os pequenos municípios estão carentes, muito carentes. Apenas as grandes cidades, fora as capitais, têm essas políticas que atendem a mulher. E é necessário que em todos os municípios, por menor que sejam, exista a política pública chamada Centro de Referência da Mulher, que pode existir inclusive dentro de um posto de saúde”, disse ela.

Segundo ela, a Casa da Mulher Brasileira – centro de acolhimento para mulheres vítimas de violência doméstica -, deveria ser implantada em outras cidades. Atualmente, há apenas cinco em todo o país. Ela destaca que é importante que estados e municípios também se envolvam nessa questão. Isso porque, com um abrigo e com uma rede de apoio fortalecida, a mulher pode deixar sua casa e abandonar a situação de violência.

Para Maria da Penha a as mulheres estão se conscientizando em relação a violências que elas sofrem e têm denunciando mais. Mas são necessários investimentos para criação de espaços para denúncias e capacitação dos profissionais que fazem atendimento às vítimas de violência de gênero.

“A violência contra a mulher vem crescendo porque a imprensa está dando uma visibilidade e com essa visibilidade o que a gente pretende é que os políticos, os gestores públicos, façam com que tenha mais espaços para a mulher denunciar”, explicou.

Para ela, a aplicação de políticas públicas nesse sentido faria com que o número de denúncias aumentasse e o número de assassinatos diminuísse. “Às vezes a vítima não denuncia por medo, porque soube do caso de uma amiga que denunciou e que depois foi assassinada, mas esses são pontos em que é preciso que o estado detecte as falhas para diminuir o número de feminicídios”, afirmou.

“Se a mulher sofre violência, se ela se preocupa na hora que o marido vai chegar porque não sabe se ele vai chegar de bom humor ou de mau humor, agredindo ou não. É importante que ela se conscientize que ela está sofrendo um tipo de violência que é a psicológica. E que se ela não conhece um local onde ela possa denunciar, que ela ligue para o número 180 que funciona 24h, todos os dias”, declarou.

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