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Oficinas gratuitas capacitam mulheres em área técnicas de produção cultural no DF

Com recurso do FAC-DF, Projeto Luz, Som e Ação visa a inclusão e a igualdade de gênero

A sala do Espaço Jovem de Expressão, em Ceilândia, se transformou em um ambiente de troca, conhecimento e empoderamento feminino nesta segunda-feira (30), com o início das oficinas práticas e teóricas oferecidas pelo projeto Luz, Som e Ação. A iniciativa promove capacitação gratuita nas áreas de roadie (técnica de palco) e técnica de iluminação, voltada exclusivamente para mulheres.

Projeto Luz, Som e Ação oferece oficinas práticas e teóricas, exclusivamente para mulheres, nas áreas de roadie (técnica de palco) e técnica de iluminação | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Realizada pela Guia Acessibilidade Inclusiva com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), a ação conta com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), do Instituto Federal de Brasília (IFB) e do Jovem de Expressão. “Estamos há 15 anos no mercado de produção e esses aportes financeiros são fundamentais. Com o incentivo, conseguimos remunerar toda a equipe e atender o maior número de pessoas possível”, avalia a idealizadora do projeto, Ellen Oliveira.

Segundo a produtora cultural, o projeto surgiu da necessidade de ampliar a presença feminina em funções técnicas no setor cultural, tradicionalmente ocupadas por homens. “Temos um festival de samba, já na sexta edição, que é todo pautado na equidade de gênero e sempre enfrentamos dificuldade para contratar mulheres em áreas como direção de palco, roadie, iluminação e áudio. Então pensamos: por que não criar um curso voltado especificamente para garantir esse protagonismo feminino?”, explica Ellen

Durante as aulas, as participantes aprendem conceitos básicos de eletricidade, a história da luz no teatro e técnicas práticas com refletores, dimmers e mesas de luz. Segundo a facilitadora Zizi Antunes, o objetivo é formar profissionais capazes de atuar com segurança e excelência em eventos culturais: “A expectativa é que elas saiam daqui com uma experiência rica e transformadora. Nas aulas práticas, as alunas vão manusear equipamentos profissionais e, no último dia, ainda vão criar um instrumento de iluminação para levar como recordação”.

Com carga horária de 15 horas, os cursos são realizados em cinco encontros consecutivos, de segunda a sexta-feira, e oferecem certificação ao final. A procura superou as expectativas: foram 116 inscrições – 51 para a oficina de roadie e 65 para a de iluminação –, apesar de inicialmente serem previstas apenas 40 vagas.

As capacitações são ministradas no IFB Recanto das Emas (curso de roadie, das 9h às 12h) e no Espaço Jovem de Expressão, em Ceilândia (curso de iluminação, das 10h às 13h). Todas as aulas contam com intérpretes de Libras e audiodescrição, garantindo acessibilidade plena.

A facilitadora Zizi Antunes explica que os cursos visam formar profissionais capazes de atuar com excelência em eventos culturais: “A expectativa é que elas saiam daqui com uma experiência rica e transformadora”

Transformar realidades e ampliar oportunidades

A gerente de imobiliária Sâmela Borges, 33, recém-formada em um curso de fotografia, aproveitou a oportunidade para ampliar seus conhecimentos técnicos. “Esse curso vai me dar mais autonomia nos ensaios fotográficos e contribuir para o que estou planejando na minha carreira”, relata.

Além de expandir os conhecimentos, a proposta também é importante na inclusão do público feminino no mercado de trabalho: “É muito bom ter um curso de qualidade, com um conteúdo rico, gratuito e de fácil acesso, que possibilita às mulheres preencherem esses espaços masculinos”, acrescenta Sâmela.

Recém-formada em um curso de fotografia, Sâmela Borges aproveitou para ampliar seus conhecimentos: “Esse curso vai me dar mais autonomia nos ensaios fotográficos”

Já para a técnica de audiovisual, Nathalia Oliveira, 28, as aulas ajudarão a dar um olhar mais artístico para área em que já atua: “Não existe imagem sem luz. Então, quando temos uma iluminação bem feita, bem configurada, conseguimos transmitir sensações e mostrar todos os detalhes que queremos. Acredito que esse curso vai ser muito importante para eu desenvolver minha criatividade e acrescentar mais técnicas ao meu repertório”.

Além de promover formação técnica de qualidade, o Luz, Som e Ação – Formação Técnica para Mulheres está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com foco nos ODS 4 (Educação de Qualidade) e 5 (Igualdade de Gênero). Mais do que ensinar, a iniciativa busca gerar pertencimento, autonomia e visibilidade para mulheres que desejam ocupar novos espaços na cadeia produtiva da cultura.

Fontes: Agencia Brasilia

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