Realizado com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o concerto contou com a participação dos músicos nas explicações e interação com os estudantes
O estudo dos instrumentos musicais, conhecido como organologia, é um dos temas que podem aparecer no Programa de Avaliação Seriada (PAS), processo seletivo de ingresso na Universidade de Brasília. Para aproximar os estudantes desse universo, a Orquestra Filarmônica de Brasília realizou, nesta quarta-feira (11), uma apresentação didática de obras exigidas no exame voltado aos alunos do Ensino Médio da rede pública. O Concerto das Escolas ocorreu em dois turnos da manhã e tarde, no auditório do Museu Nacional da República.
Idealizado pela Associação dos Amigos das Artes de Brasília (Amabra) e realizado por meio de termo de fomento com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), o programa incluiu as seguintes composições clássicas: Pequena Fuga em Sol Menor, de J.S. Bach; Batuque, de Alberto Nepomuceno; a ária Habanera, da ópera Carmen, de Georges Bizet; e o Concerto para Violoncelo em Dó Maior – 1º movimento, de Joseph Haydn, com solo de Calebe Alves.
Os parâmetros sonoros como timbre, altura, frequência e intensidade costumam ser palavras-chave em questões que confundem candidatos em vestibulares. Por isso, o maestro Thiago Francis explica que o repertório foi cuidadosamente escolhido com base nos conteúdos exigidos nas três etapas do PAS. Durante a apresentação, ele assume também o papel de professor: contextualiza cada obra, explica o período histórico, os instrumentos utilizados e o papel do compositor. “Muitos alunos não sabem o que é um oboé, um fagote, ou como esses instrumentos se organizam dentro da orquestra. Nosso objetivo é justamente romper essa barreira e permitir que eles compreendam o que estão ouvindo”, afirma.
Para tornar o concerto mais interativo, músicos da própria orquestra participaram das explicações e interagiram com os estudantes. “Quando o aluno escuta uma música sem contexto, ela pode parecer qualquer coisa. Mas depois da explicação, ele entende por que o compositor escolheu determinado instrumento, qual o tema da obra, e por que isso está no PAS. Isso transforma a experiência em aprendizado real”, conclui o maestro.
Do ponto de vista pedagógico, essa vivência tem um valor enorme. “Desde o começo do ano, a gente trabalha as obras do PAS em sala de aula, dentro da disciplina de arte, abordando temas como música e teatro”, ressalta a professora do Centro de Ensino Médio Setor Oeste (CEMSO), Camilla Dantas. Segundo ela, a escola valoriza bastante essa preparação para o vestibular, especialmente o vínculo com o PAS e a UnB, ainda mais porque muitos dos alunos da rede pública não têm acesso a esse tipo de experiência no dia a dia.
Em busca de uma boa nota na primeira etapa do processo seletivo, o estudante Luiz Fernando Monteiro, 15, destaca que essa vivência prática faz diferença na hora da prova. “A prática ajuda muito mais no dia do PAS. Quando a gente vai fazer a prova, nem sempre têm certeza do que vai encontrar. Aqui a gente ganha uma base concreta para começar a entender de verdade o conteúdo.” Ele também conta que aprendeu bastante sobre os instrumentos, especialmente os violoncelos, e elogiou a forma como os músicos foram apresentados individualmente, com explicações sobre as funções na orquestra.
Para o aluno Felipe Telles, 16, o contato direto com os músicos e com os instrumentos oferece uma compreensão mais profunda do conteúdo. “É a minha primeira vez em uma orquestra, e está sendo muito gratificante, ainda mais porque já estamos trabalhando conteúdos que vão cair na prova. Ver tudo isso de perto torna o aprendizado muito mais concreto”, afirmou.
Fonte: Agencia Brasilia