Distrito FederalPaciente com diabetes grave se recupera de risco de amputação no HRSM

Paciente com diabetes grave se recupera de risco de amputação no HRSM

Diagnosticada com diabetes tipo 2 há mais de 40 anos e também hipertensa, a aposentada Odália Carvalho, 71 anos, moradora de Santa Maria, chegou a acreditar que perderia parte do membro inferior. A falta de controle adequado da dieta, das medicações e das consultas médicas agravou rapidamente sua saúde.

Em abril deste ano, ela procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Gama com dor intensa, ferida e inchaço no dorso do pé, além de dificuldade para caminhar e episódios de desmaio. “Tudo aconteceu muito rápido, a ferida foi aumentando e eu tinha certeza de que amputariam meu pé”, recorda. A gravidade do quadro levou a uma internação de 14 dias. Mesmo assim, a lesão não cicatrizava e evoluiu para uma infecção provocada por bactéria resistente a diversos antibióticos.

Diante da complexidade, a paciente foi encaminhada ao Núcleo de Atenção Domiciliar (Nurad) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), onde passou a receber acompanhamento intensivo de uma equipe multiprofissional. O primeiro passo foi fazer a cultura da lesão para identificar com precisão a bactéria e iniciar um tratamento direcionado.

Segundo a médica Daniella Khouri, o caso mostra o sucesso do trabalho em equipe. “Ela já tinha feito outros tratamentos e não tinha dado certo. Quando conseguimos direcionar o antibiótico com base na cultura, os resultados começaram a aparecer. Associado ao controle da glicemia, da pressão e ao ajuste das medicações, a cicatrização evoluiu bem”, explica.

Além da conduta médica, a reeducação alimentar foi decisiva. A nutricionista Jéssica Benedetti destaca que a paciente recebeu orientações detalhadas: “Aumentamos o consumo de proteínas para auxiliar na cicatrização, além de fibras e verduras para estabilizar a glicemia. Também reforçamos a importância dos horários corretos das refeições, o que ajudou no controle do diabetes.”

No início, Odália estava emocionalmente fragilizada. A técnica de enfermagem Selma Cristina recorda que o prognóstico anterior a deixou abalada: “Ela chorava muito e não absorvia as orientações. Então, trabalhamos incansavelmente, com paciência e diálogo junto dela e da família. Esse apoio foi essencial para o desfecho positivo do tratamento.”

Laser, fisioterapia e reabilitação

A recuperação também contou com laserterapia, realizada duas vezes por semana pela enfermeira Francisca Maria Sousa. “O laser foi fundamental para aliviar a dor, reduzir inflamação e edema, melhorar a circulação e acelerar a cicatrização”, afirma. Já o fisioterapeuta Rafael Oliveira acompanhou a paciente em três fases: na aguda, com proteção do pé por órtese e bengala; na subaguda, com treino da marcha, ganho de força e recuperação da independência; e na preventiva, com exercícios para evitar novas lesões.

“Ela recebeu alta com toda a função restaurada, sem sinais de novas lesões e metabolicamente equilibrada”, comemora.

Humanização e resultado final

Para a chefe do Núcleo de Atenção Domiciliar, Maiara Cosme, o caso é exemplo da força do trabalho integrado. “Tivemos uma paciente engajada, com rede de apoio familiar presente e uma equipe dedicada a buscar alternativas até encontrar a melhor solução. Nosso objetivo é que todos consigam viver com qualidade de vida, dentro de suas condições, recebendo alta com autonomia e dignidade.”

Três meses após o início do tratamento, em 27 de agosto, Odália recebeu alta e foi encaminhada ao Programa Saúde da Família (PSF) para continuidade do acompanhamento. Hoje, emocionada, celebra a vitória. “Enquanto estive internada, minha filha me deu de presente três pares de sapatos. Eu chorava escondida, achando que nunca iria usá-los. Hoje estou aqui, calçada com eles. Sou muito grata a todos os profissionais do Hospital
de Santa Maria, que foram atenciosos, educados e me devolveram a alegria de viver”, conclui.

Fonte: Agência Brasília

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