À primeira vista, o asfalto pode parecer apenas um detalhe no cotidiano urbano, algo tão comum que passa despercebido por quem o utiliza diariamente. No entanto, para Alessandra Morais de Andrade, moradora do Sol Nascente há 14 anos, essa melhoria na infraestrutura representa muito mais: é sinônimo de acessibilidade, dignidade e liberdade, especialmente para seu filho Felipe, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.
Com a pavimentação da rua onde vive, Alessandra, que é vigilante, pôde empurrar com facilidade a cadeira de rodas que Felipe usa para se locomover e acessar serviços essenciais, como saúde e educação. A emoção foi tanta que ela registrou o momento em vídeo, expressando a felicidade de finalmente poder sair de casa sem as dificuldades causadas pela falta de asfalto. “Antes, ele não conseguia chegar nem até a esquina por conta dos buracos, e já houve vezes em que a cadeira virou e ele caiu”, relembra Alessandra. “O asfalto foi um verdadeiro divisor de águas para nossa família, algo que pedimos por muito tempo e que só veio com o atual Governo do Distrito Federal (GDF).”
Para garantir que Felipe continuasse a frequentar o Centro de Ensino Especial 01, em Ceilândia, Alessandra contou com o apoio solidário do motorista escolar Gabriel Lins e da monitora Brenda Campos, que buscavam o jovem em casa. Ainda assim, havia dias em que não era possível descer do ônibus para ajudar, e Felipe acabava perdendo aula. “Sem o asfalto, meu filho ficava isolado”, lamenta Alessandra, aliviada por essa realidade agora fazer parte do passado.
Ela destaca que essa infraestrutura básica pode transformar vidas. “Um asfalto muda tudo. Embora possa parecer trivial para muitos, para quem vive em condições como as nossas, é uma mudança de vida. Não precisamos mais lidar com a poeira e a lama que entravam em casa nos dias de chuva.”
A história de Alessandra se reflete em toda a comunidade do Sol Nascente/Pôr do Sol, onde vivem mais de 95 mil pessoas. Graças às obras do GDF, a região deixou para trás o rótulo de “maior favela do país” e se transformou em uma região administrativa. Desde que o governador Ibaneis Rocha estabeleceu o Sol Nascente como a 32ª Região Administrativa do DF, a área tem passado por importantes melhorias, principalmente em infraestrutura, conforme destaca o administrador regional Cláudio Ferreira.
Essas melhorias foram acompanhadas de investimentos substanciais em saneamento básico, fornecimento de água, eletricidade e outros equipamentos públicos. Desde 2019, mais de R$ 630 milhões foram destinados à infraestrutura da região, incluindo a pavimentação de ruas e avenidas. O secretário de Obras e Infraestrutura do DF, Valter Casimiro, enfatiza que cada metro de asfalto ou pavimento não é apenas uma obra física, mas sim um símbolo de dignidade e qualidade de vida para a população.
Além da pavimentação, o GDF tem trabalhado para solucionar o problema de alagamentos recorrentes na região durante os períodos de chuva. Equipes da Secretaria de Obras estão instalando uma rede de drenagem moderna, composta por bacias de retenção e galerias de concreto, para prevenir inundações.
No setor de saneamento básico, mais de R$ 60 milhões estão sendo investidos para garantir acesso a água potável e tratamento de esgoto. Atualmente, mais de 90 mil moradores são beneficiados pela nova rede de esgoto, e 95% das casas têm acesso à rede de água. Além disso, 26 mil imóveis já possuem ligações regulares de água, e 20 mil contam com ligações de esgoto legalizadas.
Esses avanços só foram possíveis graças à construção de 259 km de rede de esgoto e 177 km de rede de água, cobrindo os três trechos da cidade, equivalente à distância entre Brasília e Goiânia. Toda essa infraestrutura está conectada a seis estações elevatórias de esgoto bruto (EEBs) recém-construídas na região, garantindo que os moradores do Sol Nascente/Pôr do Sol possam viver com mais dignidade e melhores condições de vida.
*Com informações da Agência Brasília