Os casos de ameaça e agressão a profissionais da saúde têm sido amplamente divulgados nos últimos anos. Com o objetivo de mapear essas ocorrências, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) iniciou o estudo Violência contra Profissionais da Enfermagem, em parceria a Associação Brasileira de Enfermagem seccional Distrito Federal (Aben-DF) e o Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren-DF).
“Essa nossa pesquisa é fruto de uma solicitação da Aben-DF, que nos procurou para pedir o estudo por ser muito recorrente a violência aos profissionais desse perfil dentro do ambiente hospitalar”, revela a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado. “Todo mundo sabe que tem, mas precisamos ter informações e dados sobre como ocorre, quem pratica, quais são as consequências físicas e psicológicas, quantas pessoas registraram o caso e quais foram as sanções sofridas. Trata-se de um mapeamento completo com foco nesses perfis profissionais”, acrescenta.
O objetivo da pesquisa é entender o fenômeno da violência contra os profissionais da enfermagem, com insumos e evidências que poderão ser usados para a criação de políticas públicas e ações mais assertivas. Até 2022, um levantamento do Coren-DF feito com 834 trabalhadores apontou que 644 deles já haviam sofrido situações de humilhação, 589 tinham sido xingados e 488 tinham sido ameaçados.
Os questionários são a terceira etapa da pesquisa, que teve início nesta semana, com o envio de mais de quatro mil e-mails para os profissionais dos três segmentos da enfermagem com registro no Coren-DF. O formulário pode ser respondido ao longo do mês de novembro pelo link enviado aos enfermeiros, técnicos e auxiliares.
“Essa é uma etapa que tem uma questão metodológica aleatória. [O formulário] poderá ser respondido apenas pelas pessoas que receberam o e-mail. Por isso pedimos que os profissionais chequem suas caixas de e-mail. É um formulário completamente institucional. Os dados são todos anônimos”, explica a coordenadora da pesquisa Maria Salete Queiroz. “Ressaltamos que as respostas serão fundamentais para a construção de políticas para defender a categoria”, comenta.
Fonte : Agência Brasília