Com a chegada do verão, os casos de dengue aumentam consideravelmente. Devido à grande incidência de chuvas em todo o país, o acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito Aedes Aegypti se intensifique. Somado ao calor intenso, o ambiente é ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas eclodam e deem origem a milhares de novos mosquitos.
O diretor de Vigilância Epidemiológica (Divep), da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Adriano de Oliveira, destaca que, no verão, a confluência de fatores ambientais favorece um aumento em larga escala dos insetos. “O acúmulo de água parada e temperaturas altas favorecem o ciclo reprodutivo do mosquito, que aumenta em uma escala muito rápida. Aí a circulação do vírus aumenta em progressão geométrica”, explica.
“Quanto mais pessoas vão sendo infectadas, são mais hospedeiros para mais mosquitos conseguirem pegar o vírus e depois transmitir para um número cada vez maior de pessoas. Essa é a curva que acontece no verão”, completa.
Por esse motivo, o cuidado por parte dos moradores é a principal arma de prevenção contra o mosquito: limpeza dos quintais para evitar água empoçada, vedação das caixas d’água, limpeza dos vasos de plantas e calhas. Também é essencial receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do Aedes aegypti.
O médico David Urbaez, Referência Técnica Distrital (RTD) de Infectologia da SES-DF, explica que existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue. “A doença sempre começa com uma forma não grave. Se a pessoa teve infecção pelo tipo 1, pode ter novamente uma infecção por dengue do tipo 2, 3, 4. No entanto, como o corpo já teve contato com o vírus, quando tem o segundo e terceiro episódio de dengue, o paciente apresenta uma manifestação exacerbada na defesa imunológica. Isso gera maior probabilidade de desenvolver dengue grave”, explica.
“A recomendação para a população é ficar muito vigilante em relação às condições para gerar o mosquito. Outra coisa, é o uso de repelentes para evitar as picadas, principalmente em lugares onde está tendo mais casos”, completa o especialista.
Segundo dados do boletim epidemiológico divulgado em 25 de janeiro pela SES-DF, um total de 17.150 casos suspeitos de dengue, dos quais 16.628 são prováveis, um aumento de 646,5% frente ao mesmo período do ano passado. As regiões administrativas com as maiores taxas de incidência no período foram Brazlândia, com 1.506,70 casos por 100 mil habitantes, e Sol Nascente/Por do Sol, com 1.086,88 casos por 100 mil habitantes.
Sintomas e combate ao mosquito
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Por ser uma doença viral, o tratamento é feito para aliviar os sintomas, por meio da prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. Portanto, ao primeiro sinal dos sintomas, procure um médico ou o serviço de saúde mais próximo. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
O diretor de vigilância ambiental, Jadir Filho, relata que a SES-DF tem intensificado ações de combate ao mosquito e a aplicação do fumacê. “Nossos agentes estão nas ruas todos os dias fazendo visitas, inspeções, tratamentos. Temos o fumacê, que tem seu uso bastante criterioso para ações de bloqueio. Então é importante cada um fazer a sua parte para que assim possamos juntos enfrentar essa batalha”.
“Com as chuvas e as altas temperaturas, devemos redobrar o cuidado. Os ovos muitas vezes colocados num período seco podem durar mais de um ano e eclodir ao ter contato com água. É importante a população tirar dez minutos dentro de sua residência fazendo a inspeção no quintal, garagem e possíveis focos para eliminá-los”, conclui.
Ciclo de vida do mosquito da dengue
O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti contém quatro fases: adultos, ovos, larvas e pupas. Em condições ideais, leva de 7 a 10 dias para que o ciclo de vida se complete. Os adultos vivem em média de 30 a 45 dias. Por isso, interromper este ciclo com a fiscalização caseira semanal é fundamental.
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Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL